INSPEKTOR
Numa pequena cidade de província da Rússia de Nicolau I, os
seus principais representantes, os directores e responsáveis pelas suas
instituições, que agem a seu belo prazer, dissociados do interesse comum, surge
a notícia de que pode estar já ali presente um inspector geral do reino para
averiguar o bom funcionamento da sua edilidade. Notícia que põe todos em
movimento, tal a instabilidade e preocupação que cria no ‘status’ há muito
estabelecido por um grupo de caciques cujo burgomestre é o seu mais distinto
impulsionador.
“Inspektor” é uma obra que nasce de outra (tem como ponto de
partida o famoso texto de Nikolai Gógol, “O Inspector”), nesse potencial que a
arte tem de desdobramento em novas funções. É, por isso, também, um trabalho de
pesquisa da Estação Teatral que não fazendo peças de repertório as pode
eventualmente revisitar para lhes buscar ressonâncias e sentidos actualizados
pelos contextos específicos das suas abordagens.A ideia de teatro que esta
companhia vem pesquisando, agora na sua 34ª criação, como convive e como
explora um texto realista da primeira metade do século XIX? O que há de comum e
o que pode ser transposto para o dealbar de um século XXI onde a relação
actor/espectador já não é a mesma? Liberdade, sociedade, ética, democracia,
indivíduo, civilização, corrupção são algumas palavras-chave aqui perscrutadas
através das marcas de uma companhia que vem desde sempre defendendo o sentido
de uma centralidade da encenação como motor de uma obra teatral. A
espacialidade, a narrativa dos corpos em acção no espaço, a relação
interdependente ver-fazer, a pers-pectiva da percepção visual são marcas de uma
criação. Numa época em que urge firmar o teatro como arte autónoma e integral e
onde os conteúdos temáticos dos textos escritos não bastam por si só. Não
bastam, na medida em que urge encontrar sempre um “como fazer” ou, se se
preferir, entender que a forma também é o conteúdo e esta urge ser
contemporânea – ou o teatro não subsiste senão enquanto uma tradição de uma
tradição de uma tradição…
Encenação: Nuno Pino Custódio
Dramaturgia (a partir da obra de Nikolai Gógol):
Nuno Pino Custódio, em co-criação com Joana Poejo,
Pedro
Fino, Roberto Querido, Samuel Querido e Tiago
Poiares
Espaço Cénico: Pedro Novo
Figurinos: Maria Luiz
Desenho de Luz e Operação: Pedro Fino
Montagem: Pedro Novo e João Freitas
Confecção de Figurinos: Alfaiataria Juvenal
Fotografia: Miguel Proença
Design de Comunicação: Hugo Landeiro D.
Direcção de Produção: Alexandre Barata
Co-Produção: Cine Teatro Avenida de Castelo Branco
Interpretação: Joana Poejo, Roberto Querido,
Samuel Querido e Tiago Poiares
2018
11 e 12_JAN_ CASTELO BRANCO / CINE
TEATRO AVENIDA
02 a 11_FEV_FUNDÃO / AUDITÓRIO DA
MOAGEM
27_MAR_FUNDÃO / AUDITÓRIO DA MOAGEM
03_MAI_ALCAINS / CENTRO CULTURAL DE
ALCAINS
05_MAI_BAIXA DA BANHEIRA / FORUM
JOSÉ MANUEL FIGUEIREDO
15_NOV_TONDELA / ACERT