CORAÇÃO QUE É LIVRE FICA

CORAÇÃO QUE É LIVRE FICA

36ª criação Dez 2018

– Do paradoxo e da metáfora

“É necessário sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não nos saímos de nós”. (José Saramago)

Numa época em que, cada vez mais, se percebe a exclusão do outro, enquanto, de facto, se vai sedimentando toda uma cultura que impõe o idêntico, surge na Estação Teatral a oportunidade de observar (a partir do romance “Chiquinho”, de Baltasar Lopes da Silva) todo um país, no início do século XX, marcado pela fome, pela pobreza, pela seca. A exclusão do outro edifica essa espécie de “eu-semelhante” que hoje se produz (verdadeiro “bem-social” que é posto a circular a toda a brida com um cartão de débito e crédito) e que, no surto dessa velocidade, não mais se desdobra em nada ou em ninguém. Não existindo o outro - entre o paradoxo e a metáfora – o ser humano é a encarnação da própria insularidade. Não existe.

Neste Cabo Verde aqui evocado pelo cunho da Estação Teatral, o teatro sempre como arte do encontro e do desdobramento. Numa criação que prossegue a pesquisa e a linguagem desta companhia, a proximidade e a distância estarão sempre entretecidas, quando VER, afinal, é importante na medida em que também se é VISTO. E também essa exacta ideia de que toda a proximidade traz inscrita em si a distância como seu contrário dialéctico.

Destas tensões vivas, a arte da encenação como escrita central e o teatro como uma totalidade. 


Direcção e Dramaturgia: Nuno Pino Custódio

em co-criação com Carlos Pereira, Diana Taborda, Heloísa Simões e Tiago Sarmento

Assistência de Direcção: Tiago Poiares

Design de Cena: Patrícia Raposo

Direcção Musical: Pedro Rufino

Desenho de Luz e Operação Técnica: Pedro Fino

Sonoplastia: Alberto Diogo e João Amaral

Confecção de Figurinos: Alfaiataria Juvenal e Manuela Carvalho

Design de Comunicação: Hugo Landeiro D.

Produção Executiva: Francisca Vidal

Direcção de Produção: Alexandre Barata

Actores: Carlos Pereira, Diana Taborda, Heloísa Simões e Tiago Sarmento

Músicos: Alexandre Barata, Paula Galhano e Pedro Rufino




 

Itinerância


2018

06_NOV a 15_DEZ_FUNDÃO / AUDITÓRIO DA MOAGEM

 

2019

18_JAN_ CASTELO BRANCO / CINE TEATRO AVENIDA

16_FEV_SANTO ANDRE / AUDITÓRIO ESPAM

27_MAR_FUNDÃO / AUDITÓRIO DA MOAGEM

29_MAR_JOANE / ESPAÇO FAUNA

31_MAI_SINES / CENTO DE ARTES DE SINES

19_DEZ_BRAGANÇA / TEATRO MUNICIPAL DE BRAGANÇA

 

2020

19_NOV_PLASENCIA / TEATRO ALKAZAR

 

2021

20_FEV_ALMADA / FORUM ROMEU CORREIA