SOU EU
“Sou eu”, inspirado no conto de Henry Miller “O sorriso aos pés da
escada”, recorre à poesia visual, um impulso empático entre actor e
espectador, unidos no encontro irrepetível do teatro. O actor é aqui um criador
de impulsos na busca da felicidade, da sua e do outro, onde o recurso
privilegiado, mais que a linguagem, é o da emoção, esta sim, universal.
Que linhas nos atestam
a humanidade? Em que pontos nos encontramos nas necessidades básicas de
contacto e comunhão? Até que ponto nos queremos desligar emocionalmente, e como
intervém a nossa senda pessoal nesse desencontro? Teremos mesmo algum tipo de
comunicação que nos engloba e quebra barreiras, ao mesmo tempo que nos nutre o
lado invisível da sensibilidade vital a todo e qualquer ser vivo?
O que define um “artista” afinal? Questão que sempre ou nunca nos colocamos, tanto vaga quanto evidente, tão difícil de responder e simultaneamente, tão simples de sentir pelo próprio. O “artista”, o “clown”, aquele que se apresenta perante si próprio, se enfrenta e descobre para que outros possam fazer o mesmo como reflexo inegável: que função lhe cabe? Na sua ingenuidade e verdade, o “clown” mergulha, através da simples existência, numa das etapas mais apaixonantes da vida: a infância, e com ela vem a ternura, a descoberta, o jogo, o riso, a imitação, a exposição sem apreciação ou juízo. Essa viagem para dentro de nós próprios, já não a conseguimos fazer sem nos revermos no “outro”, que não precisa de um nariz vermelho para transportar a herança secular da nossa essência comum, enquanto amplificação e dilatação da mesma.
Desde os tempos
primordiais, a matéria coessencial da humanidade passa pela transmissão de
histórias, de emoções e empatias. Assim se cresce, se evolui e se criam defesas
com a psique mais desperta. E nós, artistas, onde ficamos quando nos impedem a
expressão inata da nossa humanidade? Em eternos retornos persistimos, existimos
e resistimos. Não por altruísmo - ou talvez um pouco, até – mas pela inevitável
trajectória da matéria-prima de que somos feitos: não deixar que o mundo se
torne cinzento, frio, distante, autómato.
Um artista resguarda-se
na memória, e mesmo que tudo falhe, pode regressar a uma casa onde sentiu a
cada momento a sua árdua tarefa validada.
FICHA ARTÍSTICA
Encenação: Sérgio
Fernandes
Dramaturgia: Sérgio
Fernandes, Joana Poejo e Tiago Poiares
Interpretação: Tiago
Poiares e Gonçalo Baptista (Músico)
Figurinos e concepção
plástica: Ana Baleia
Música original e
banda sonora: Gonçalo Baptista
Desenho de luz e
Operação técnica: Pedro Fino
Assistência de
Encenação: Pedro Diogo
Curadoria de
ilusionismo: José Pereira
Produção Executiva:
Joana Poejo
Fotografia: Pedro
Delgado
Desenho de
comunicação: Puretugal
Olhar exterior: Anna
Töws e Pedro Rufino
Restauro: ICSP -
Instituto de Conservação e Salvaguarda do Património
Direcção de Produção:
Alexandre Barata
Distribuição (Espanha):
Cesar Arias / Marmore
41ª criação da ESTE – Estação Teatral, estreada a 9 de Junho de 2021 na Praça da Moagem - Fundão
2021
09_JUN a 13_JUN_FUNDÃO / PRAÇA DA MOAGEM
15_JUN_ MADRID / TEATROS DEL CANAL (MadFeria)
17_JUL_BARCO / LARGO DE S. SEBASTIÃO
21_JUL_FUNDÃO / AUDITÓRIO DA MOAGEM ( Feira Ibérica)
14_AGO_ERMIDAS / JARDIM PÚBLICO
15_AGO_ ALVALADE / LARGO D.MANUEL I
16_AGO_ABELA / LG. CORONEL CARLOS JESUS VILHENA
18_AGO_ CERCAL / PRAÇA DE TOUROS
19_AGO_ LAGOA DE STº ANDRÉ / PARQUE DE ESTACIONAMENTO
20_AGO_ SÃO DOMINGOS / LARGO 25 DE ABRIL
21_AGO_ SÃO FRANCISCO / POLIDESPORTIVO DA CRUZ DE JOÃO MENDES
24_AGO_SINES / CENTRO DE ARTES
25_AGO_SANTIAGO DO CACÉM / AUDITÓRIO MUNICIPAL
13_OUT_VILA REAL / TEATRO MUNICIPAL
2022
12_FEV / MANTEIGAS - Auditório Municipal
25_FEV / TONDELA - Acert
05_MAR / MONDIM DE BASTO
27_MAR / FUNDÃO - Aud. da Moagem
02_ABR / SINTRA - Casa do Teatro
15_JUL / COEDO - Espaço Peripécia
16_JUL / POMBAL - Teatro Cine de Pombal
23_JUL / MATA DA RAINHA
24_JUL / LAVACOLHOS -Praia Fluvial
16_SET / GIJON - La Laboral/ESAD
30_SET / PERO VISEU
06_OUT / AGUEDA - Centro de Artes
01_DEZ / SEVILHA
03_DEZ / BADAJOZ -Sala OFF
2023
28_JAN / MERIDA / SALA TRAJANO