
O RELATO DE ALABAD
“O relato de Alabad” foi um monólogo escrito e interpretado por Nuno Pino
Custódio, com encenação de Miguel Seabra, entre 2002 e 2003, no Teatro
Meridional. A peça fala do ano de 1147 e da defesa de Lisboa contra
portugueses e cruzados em trânsito para a Terra Santa (Segunda Cruzada).
Partindo de relatos ocidentais, recria-se o ponto de vista do “lado de lá”, o
dos muçulmanos, através da crónica de Alabad bin Muhammad Almançor, arqueiro e
poeta. Fugido de Santarém (tomada de assalto pelos portugueses meses antes),
Alabad e o seu irmão Youssef são acolhidos por um tio lisbonense, procurando aí
recomeçar as suas vidas. Mas a esperança de uma existência feliz naquela cidade
florescente e muito populosa em breve se transformará numa tormenta, quando os
cristãos chegam às portas da cidade para conquistá-la (na perspectiva do
defensor), para reclamá-la (na ideia do invasor). O cerco, que durará quatro
longos meses, vai obrigar os habitantes de Lisboa a viverem ente o limite das
suas forças, tendo a fome e a peste como pano de fundo, e o necessitarem de
continuar a enveredar esforços para repelir o inimigo.Na tradição dos
contadores de histórias e com acompanhamento musical-sonoro ao vivo, Alabad
desdobra-se em inúmeras personagens e situações, descrevendo e confidenciando
com palavras e gestos a perda de uma das mais importantes cidades comerciais do
Al-Gharb Al-Andaluz. Já se conhecem os relatos de testemunhas presenciais do
mesmo acontecimento. Agora há também este, vindo das muralhas de uma cidade
caiada de branco. Tão verdadeiro e tão falso quanto os restantes que se
conhecem…
Texto e encenação:
Nuno Pino Custódio
Interpretação: Pedro Diogo e Pedro Rufino (musico)
Tradução
(espanhol): Juan Ramon Santos
Concepção pástica: Patrícia Raposo
Desenho de luz: Pedro Fino
Assistência de encenação: Tiago Poiares
Direcção musical: Pedro Rufino
Direcção de produção: Alexandre Barata
Design de comunicação: Hugo Landeiro D.
Cartaz: Tiago Poiares
Fotografia: Miguel Proença
Confecção de guarda-roupa: Alfaiataria Juvenal