
A Avenida, de Salazar a Kubistchek
A segunda parte da trilogia A Avenida, “De Salazar a Kubitschek”, cobre agora a década de 60 do século XX, numa nova encenação dedicada à emblemática e carismática Avenida da Liberdade, no Fundão. Num trabalho de fôlego, ao longo de três anos, que se articula num tríptico de encenações, a ESTE desenvolve um retrato social e político de um país distante mergulhado em atavismos vários onde o poder central e a igreja governam a seu bel-prazer. Este trata-se de um trabalho de pesquisa que dramaturgicamente a companhia vem designando, ao longo dos últimos anos, de “exercício sobre a não-distância”.
Como se faz acontecer de novo, mas como se fosse a primeira e a última vez, a Avenida que todos percorrem diariamente enquanto artéria central da sua cidade? Se na primeira parte, em 2019, a ESTE homenageou os lojistas e os seus clientes, agora foca-se exclusivamente na vinda do ex-presidente do Brasil Juscelino Kubistchek, o “Presidente Bossa Nova”, à cidade, naquele que foi um desfile presidencial (ou de campanha eleitoral brasileira) que visou essencialmente provocar o Estado Novo... e trouxe, logo a seguir, consequências para alguns sectores da sociedade, principalmente o Jornal do Fundão. O que significou em 12 de Janeiro de 1963 a insuspeita cidade do Fundão gritar a plenos pulmões pela Avenida Salazar, através de uma multidão nunca ali vista, como se não houvesse amanhã, “Brasil! Brasil! Brasil! Brasil!”? Num fundo de cores cinzentas irrompe insuspeitamente o verde, azul e amarelo...
Este novo trabalho da ESTE (o terceiro em tempos suspensos e indefinidos por uma pandemia!) segue, muito naturalmente, todas as normas de segurança da DGS e estará presente n´A Moagem – Cidade do Engenho e das Artes, no Fundão, entre 5 e 8 de Maio às 21h00.
Dramaturgia e encenação NUNO PINO CUSTÓDIO (co-criação JOANA POEJO, PATRÍCIA RAPOSO, PEDRO FINO e TIAGO POIARES)
Concepção plástica PATRÍCIA RAPOSO (objecto cenográfico original PEDRO NOVO)
Desenho de luz e montagem PEDRO FINO
Desenho de comunicação HUGO LANDEIRO DOMINGUES
Fotografia MIGUEL PROENÇA
Direcção de produção ALEXANDRE BARATA
Interpretação JOANA POEJO e TIAGO POIARES