A Avenida:Liberdade
ESTAÇÃO TEATRAL ESTREIA
TERCEIRA PARTE DA TRILOGIA “A AVENIDA”
A ESTE – Estação
Teatral estreia no próximo dia 4 de Novembro, no Casino Fundanense (Fundão) a
sua 42ª criação. Trata-se da terceira parte da trilogia dedicada ao Fundão e à
sua Avenida intitulado “A AVENIDA: Liberdade”. O espectáculo estará em cena até
dia 21 de Novembro (de 5ª a sáb. às 21h30 e domingos às 17h00) viajando depois para Castelo Branco/Cine Teatro Avenida (3 de Dezembro), Almada/Fórum Romeu Correia (11 de Dezembro e Guarda/Teatro Municipal da Guarda (27 de Janeiro de 2022).
“A Avenida: Liberdade”
conta com dramaturgia, encenação e espaço de Nuno Pino Custódio, num
processo de co-criação com Andreia Galamba, Carolina Cunha e Costa, Cuca M.
Pires, Samuel Querido (actores) e Dário Cunha (interpretação e
direcção musical), Patrícia Raposo (figurinos) e Pedro Fino
(desenho de luz),
Este
projecto “A Avenida”, iniciado em 2019, procura ser um retrato social e
político de um país distante mergulhado em atavismos muitos e debaixo de uma
repressão política, moral e social tão profunda que, para milhões de pessoas,
só cabia emigrar, fugir ou morrer.
UMA
HOMENAGEM AO JORNAL DO FUNDÃO
Importa referir que a
“A Avenida”, inicialmente projectada para o desenho de uma só dramaturgia,
acabou por se desdobrar num tríptico, depois de, no processo de criação, a
riqueza que consistiu a consulta exaustiva do Jornal do Fundão ter apontado uma
abordagem que exigia profundidade, maturação e tempo de exposição de elementos
que permitiam a riqueza dada por eixos dialécticos com o objecto central em
questão. Como a ruralidade, os campos, a serra, nessa articulação com o impulso
urbano e moderno da principal avenida da cidade. O diálogo com a realidade
circundante ou a situação de interioridade de uma cidade, de uma “ilha sem
barcos” implica a inclusão deste contexto por vezes dicotómico.
A trilogia “A Avenida”
é, assim, a mais justa homenagem que a companhia pode fazer a este jornal
absolutamente precioso e raro. Precioso e raro para o seu país, para os aqueles
que emigraram, para as pessoas simples da região (mesmo as que não sabiam ler…)
e para intelectuais e académicos nas grandes cidades. Homenagem que cabe,
agora, neste ano, na comemoração dos 75 anos da sua fundação. Mais do que
ter-se retratado o jornal, o jornalismo e os jornalistas (como António
Paulouro), a homenagem da Estação Teatral cabe nesse verdadeiro tropismo provocado
pela consulta das suas infindáveis edições, desde 1946. A organização
editorial, a qualidade (por vezes literária) da escrita, o compromisso com uma
região melhor, um país melhor e UM MUNDO GLOBAL MELHOR, assinale-se!,
influenciaram o projecto em si, conduzindo a dramaturgia por novos caminhos que
nos levaram até aqui.
A discussão acerca da
liberdade que este jornal foi suscitando nos grupos de trabalho aos longo dos
três processos de trabalho leva-nos a questionar, precisamente, a liberdade,
HOJE. Um mundo neoliberal numa deriva suicida e autofágica onde as próprias
estruturas económicas se destroem, assim como os elos sociais, a diversidade
cultural e os próprios fundamentos naturais da vida são a realidade repressiva
e deprimida da esmagadora maior dos habitantes do planeta. A criação 42 da
Estação Teatral, “A Avenida: Liberdade!”, não se cinge ao acontecimento
histórico, longe disso. Trata-se da necessidade de construir um futuro que
dignifique o próprio projecto humano.