
VIRAR DO AVESSO
Num
mundo onde as roupas que compramos aparecem quase por magia e desaparecem num
piscar de olhos sem que nos apercebamos bem para onde foram parar, parece que é
só uma questão de continuar a comprar... Mas o que influencia realmente as
nossas escolhas? E que diferença faz para o mundo se eu comprar só mais uma
coisa? Das mãos que colhem às que cosem, das máquinas que produzem às que
embalam e transportam, dos impulsos às necessidades daqueles que usam, o ciclo
tem de ser virado do avesso para o podermos conhecer. “Virar do
avesso” convida-nos a seguir as histórias por trás das etiquetas, os
caminhos secretos das roupas e o destino surpreendente do que
descartamos.
Este
espetáculo é uma criação baseada no projeto pedagógico Ver-Fazer de 2023/2024,
onde as inquietações e ideias de miúdos e graúdos sobre o tema, contribuíram
para a dramaturgia.
SUSTENTABILIDADE
NA CRIAÇÃO
Num
espectáculo que pretende reflectir sobre o consumismo e o desperdício a partir
da indústria têxtil, faz sentido que a própria encenação procure desdobrar-se
através dos mesmos valores. A opção por fazer evoluir um objecto artístico
criado em conjunto com e para a comunidade escolar, aumentando o seu tempo de
vida útil e alargando-o a outros públicos, nomeadamente familiares, inscreve-se
nessa premissa. Desta forma, optámos por dar uma nova vida a figurinos,
adereços e elementos cenográficos provenientes de criações anteriores, provando
que o teatro, assim como a moda, pode (e deve) ser mais sustentável. Ao
reutilizar materiais, estamos não só a reduzir o desperdício e o consumo de
novos recursos, mas também a procurar uma ressignificação de objetos e tecidos.
Cada figurino adaptado, cada adereço reinventado e cada cenário reconstruído
reforçam a reflexão que pretendemos com este espectáculo. Assim, o palco
reafirma-se como um espaço vivo e de transformação, onde a criatividade
substitui o descarte e a imaginação ajuda a costurar novas possibilidades. Se
queremos falar sobre o impacto das indústrias e da economia no mundo, que isso
comece na própria forma como nos propomos contar esta história.
FICHA
ARTÍSTICA
Encenação
e Dramaturgia: Tiago Poiares em co-criação com António Rebelo, Joana Poejo e
Samuel Querido (fase Projecto Pedagógico Ver-Fazer) / Interpretação: António
Rebelo e Joana Poejo / Desenho e operação de Luz: Pedro Fino / Espaço Cénico e
Figurinos: ESTE – Estação Teatral / Design gráfico: Jorge Portugal – Puretugal /
Assistência de Produção: Elisabete Rito / Direção de Produção: Alexandre Barata