VIRAR DO AVESSO

VIRAR DO AVESSO

49ª criação / Abr.2025


Num mundo onde as roupas que compramos aparecem quase por magia e desaparecem num piscar de olhos sem que nos apercebamos bem para onde foram parar, parece que é só uma questão de continuar a comprar... Mas o que influencia realmente as nossas escolhas? E que diferença faz para o mundo se eu comprar só mais uma coisa? Das mãos que colhem às que cosem, das máquinas que produzem às que embalam e transportam, dos impulsos às necessidades daqueles que usam, o ciclo tem de ser virado do avesso  para o podermos conhecer. “Virar do avesso” convida-nos a seguir as histórias por trás das etiquetas, os caminhos secretos das roupas e o destino surpreendente do que descartamos. 


Este espetáculo é uma criação baseada no projeto pedagógico Ver-Fazer de 2023/2024, onde as inquietações e ideias de miúdos e graúdos sobre o tema, contribuíram para a dramaturgia.


SUSTENTABILIDADE NA CRIAÇÃO 

Num espectáculo que pretende reflectir sobre o consumismo e o desperdício a partir da indústria têxtil, faz sentido que a própria encenação procure desdobrar-se através dos mesmos valores. A opção por fazer evoluir um objecto artístico criado em conjunto com e para a comunidade escolar, aumentando o seu tempo de vida útil e alargando-o a outros públicos, nomeadamente familiares, inscreve-se nessa premissa. Desta forma, optámos por dar uma nova vida a figurinos, adereços e elementos cenográficos provenientes de criações anteriores, provando que o teatro, assim como a moda, pode (e deve) ser mais sustentável. Ao reutilizar materiais, estamos não só a reduzir o desperdício e o consumo de novos recursos, mas também a procurar uma ressignificação de objetos e tecidos. Cada figurino adaptado, cada adereço reinventado e cada cenário reconstruído reforçam a reflexão que pretendemos com este espectáculo. Assim, o palco reafirma-se como um espaço vivo e de transformação, onde a criatividade substitui o descarte e a imaginação ajuda a costurar novas possibilidades. Se queremos falar sobre o impacto das indústrias e da economia no mundo, que isso comece na própria forma como nos propomos contar esta história.


FICHA ARTÍSTICA
Encenação e Dramaturgia: Tiago Poiares em co-criação com António Rebelo, Joana Poejo e Samuel Querido (fase Projecto Pedagógico Ver-Fazer) / Interpretação: António Rebelo e Joana Poejo / Desenho e operação de Luz: Pedro Fino / Espaço Cénico e Figurinos: ESTE – Estação Teatral / Design gráfico: Jorge Portugal – Puretugal / Assistência de Produção: Elisabete Rito / Direção de Produção: Alexandre Barata